Estima o percentual de pessoas imunizadas com a vacina Pneumocócica em determinado espaço geográfico, no período considerado.
Detalhamento
A doença pneumocócica é a principal causa de morte evitável por vacina, sendo o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), uma bactéria que pode causar pneumonia e meningite pneumocócica.
As bactérias são transmitidas por meio de tosse, espirro ou por objetos contaminados. Os pneumococos se espalham por meio do contato entre pessoas que contraíram a doença ou que estão colonizadas pela bactéria, mas não apresentam sintomas. É comum que as pessoas, principalmente as crianças, sejam portadoras e transmitam a bactéria sem adoecer.
O pico de incidência acontece nos extremos etários: em lactentes (menores de 2 anos) e em indivíduos acima de 60 anos.
A vacina pneumocócica faz parte do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, que possui como meta vacinar pelo menos 95% do público com alvo, uma vez que a vacinação é a principal forma de prevenção contra o pneumococo. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina pneumocócica 10-valente (VPC10) na rotina de imunização das crianças. Este imunizante contém antígenos contra 10 sorotipos de bactérias (pneumococo).
Após a introdução dessa vacina no calendário infantil brasileiro, em 2010, observou-se uma diminuição nos casos de doenças pulmonares causadas por sorotipos vacinais, inclusive nas taxas de hospitalização por pneumonias em crianças vacinadas.
Em 2016, o PNI passou a adotar como esquema de vacinação infantil a aplicação de duas doses de VPC10 aos 2 e 4 meses de vida. Para fins de cálculo da cobertura vacinal também são consideradas as doses da pneumocócica 13-valente (VPC13) aplicadas na rede privada. A VPC10 e a VPC13 previnem em torno de 70% e 90%, respectivamente, dos quadros graves de pneumonia, meningite e otite causados pelo pneumococo.
Nesse sentido, a vacina pneumocócica 13-valente está disponível na rede privada de saúde e no SUS por meio do Centro de Referências para Imunobiológicos Especiais (CRIE), apenas para grupos especiais, como indivíduos (acima de cinco anos) com doenças oncológicas, HIV e transplantados.
Desse modo, para fins de cobertura vacinal consideram-se as últimas doses aplicadas (D2), ou seja, aquelas aplicadas aos 4 meses de vida conforme fórmula que segue.
CV=(N.º de doses aplicadas (D2) pneumocócica10v + pneumocócica13v em menores de 1 ano, em determinado local e período )/(N.º de nascidos vivos disponibilizados no Sinasc, para o respectivo local e período)x100
Aos 12 meses de vida é aplicado o reforço (R1), também são consideradas as doses da VPC13 aplicadas na rede privada de acordo com a fórmula de cálculo a seguir:
CV=(N.º de doses de reforço aplicadas (R1) pneumocócica 10v + pneumocócica 13v em crianças com um ano, em determinado local e período )/(N.º de nascidos vivos disponibilizados no Sinasc para o respectivo local e período)x100
Assim, com o intuito de monitorar e comparar a evolução do reforço, optou-se por separar as séries históricas. A primeira considera as doses aplicadas nas crianças menores de um ano, tanto da VPC10 quanto da VPC13 e a segunda, em crianças com 12 meses, as doses de reforço, também sendo consideradas a VPC10 e a VPC13.
A importância do reforço se dá já que as vacinas conjugadas (VPCs) são polissacarídeos conjugados a uma proteína imunogênica, que induz uma resposta das células de defesa dependente com o estabelecimento da memória e a imunização a longo prazo. As vantagens da VPC incluem a atividade em crianças pequenas e o potencial de atividade mais duradoura.
Para crianças entre 1 e 2 anos não vacinadas o esquema é de somente duas doses com intervalo de dois meses, e para crianças entre 2 e 5 anos de idade e não vacinadas, apenas uma dose.
Dessa forma, vacinação é a forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças, além de diminuir a transmissão da bactéria entre a população de forma geral. Os idosos são os maiores beneficiados com a imunização indireta, que proporciona a redução do número de infecções e mortes ocasionadas pelos pneumococos nos maiores de 65 anos.
Referências
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